Tosyn Lopes comenta que os macrófagos, tradicionalmente conhecidos por sua função de defesa imunológica, assumem um papel estratégico e essencial no ambiente uterino durante a fase de implantação embrionária. Essas células participam ativamente da regulação local do endométrio, influenciando diretamente a receptividade do útero e a tolerância imunológica necessária para a gestação.
Em ciclos naturais e induzidos, os macrófagos endometriais atuam como reguladores da inflamação e remodeladores teciduais. A presença equilibrada dessas células ajuda a preparar o útero para receber o embrião e controlar a resposta imune para que ele não seja tratado como um agente invasor, o que poderia impedir a implantação e o início de uma gravidez saudável.
A presença dos macrófagos no ciclo menstrual e na fase lútea
Durante o ciclo menstrual, a quantidade e o perfil funcional dos macrófagos variam conforme a fase. Na fase proliferativa, eles atuam na regeneração do endométrio após a menstruação. Já na fase lútea, aumentam em número e passam a colaborar ativamente na modulação da resposta inflamatória e na preparação do tecido para a implantação.
Oluwatosin Tolulope Ajidahun analisa que esse aumento na fase lútea é acompanhado por uma mudança funcional: há predominância de macrófagos do tipo M2, de perfil anti-inflamatório e tolerogênico, essenciais para evitar a rejeição do embrião. Esses macrófagos também participam da angiogênese e da regulação hormonal local, elementos cruciais para o sucesso da fecundação.

Comunicação celular e suporte à implantação embrionária
A atuação dos macrófagos no endométrio envolve a produção de citocinas, quimiocinas e fatores de crescimento que controlam a expressão de moléculas de adesão como as integrinas. Eles facilitam a interação do embrião com o epitélio endometrial, tornando a superfície uterina receptiva e acolhedora.
Tosyn Lopes reforça que o equilíbrio entre os subtipos de macrófagos (M1 e M2) é fundamental. Quando há predomínio dos M1, de perfil inflamatório, pode ocorrer rejeição do embrião ou falha de implantação. Já a predominância dos M2 favorece um ambiente propício, com menor citotoxicidade e maior suporte à progressão da gestação.
Disfunções macrofágicas e falhas reprodutivas
Diversos fatores podem provocar disfunções na atividade macrofágica uterina: infecções crônicas, distúrbios autoimunes, estresse oxidativo e desequilíbrios hormonais. Quando essas células estão desreguladas, perdem a capacidade de controlar a inflamação e comprometer a receptividade endometrial, o que pode resultar em falhas de FIV, abortos precoces ou infertilidade inexplicada.
Oluwatosin Tolulope Ajidahun destaca que, embora pouco investigado na prática clínica convencional, o papel imunológico do endométrio tem ganhado espaço em centros especializados. Em alguns casos, terapias imunomoduladoras são indicadas para restaurar o equilíbrio celular e permitir que o embrião encontre um ambiente uterino compatível com sua sobrevivência.
Novas fronteiras: imunologia reprodutiva e medicina personalizada
O crescente interesse pela imunologia reprodutiva tem impulsionado o desenvolvimento de testes e abordagens que avaliam a atuação das células imunes no útero. Análises de biópsia endometrial e marcadores inflamatórios ajudam a identificar desequilíbrios celulares que antes passavam despercebidos. Esse conhecimento permite terapias mais personalizadas e dirigidas.
Segundo Tosyn Lopes, a interação entre sistema imune e reprodução humana é complexa, mas esclarecedora. Pacientes que passaram por falhas consecutivas de implantação podem se beneficiar de investigações que envolvam o perfil imunológico do endométrio, inclusive o comportamento dos macrófagos.
Células discretas, impacto profundo: por que os macrófagos importam tanto?
Embora silenciosos, os macrófagos exercem influência decisiva nos primeiros momentos da gestação. São eles que equilibram a inflamação, remodelam o tecido e evitam a rejeição do embrião. Compreender essa atuação ajuda a desvendar causas ocultas de infertilidade e abre caminho para tratamentos inovadores.
Oluwatosin Tolulope Ajidahun frisa que o sucesso reprodutivo depende de fatores celulares altamente especializados, e os macrófagos são protagonistas nesse cenário. Investigar sua função pode ser a chave para reverter quadros até então sem explicação e aumentar significativamente as chances de uma gravidez bem-sucedida.
Autor: Mikesh Sarsana
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